terça-feira, 26 de abril de 2016

Acendedor de sacrifícios


Sabe aqueles momentos em que tudo está dando errado? Aqueles dias em que as notícias ruins insistem em aparecer. Aquelas consultas com o médico sobre um diagnóstico que você temia. Aquela conversa “não é você, sou eu” com seu/sua quase-ex-parceiro(a). Aquele extrato do banco que parece nunca sair do vermelho. Então, sabe do que estou falando?

Pois é… Como continuar a acreditar que Deus é a nosso favor nessas horas? Uma pergunta justa, eu diria. Cuja resposta deve estar gravada definitivamente dentro de nós.

Para falar sobre isso, quero olhar para a história de Gideão. Naquela época, Israel havia sido dominado pelos midianitas e viviam uma sofrência só. Era no nível das pessoas se esconderem em cavernas e terem todas as suas plantações destruídas. E, vamos lá, não é legal ter que comprar o café da manhã na Padaria do Arqui-inimigo.

Neste momento Gideão aparece na história – apavorado e tentando fazer um caixa dois de trigo. O Anjo do Senhor – que é o próprio Jesus – aparece logo em seguida dando bom dia, chamando Gideão de “poderoso guerreiro” e falando que ele vai liderar a libertação de Israel. Não preciso nem dizer que o cara surtou, né?

Pulando partes da conversa que segue tudo isso, chegamos a Juízes 6:17, que diz:

“E Gideão prosseguiu: “Se de fato posso contar com o teu favor, dá-me um sinal de que és tu que estás falando comigo. Peço-te que não vás embora até que eu volte e traga minha oferta e a coloque diante de ti”. E o Senhor respondeu: “Esperarei até você voltar”.

Gideão foi para casa, preparou um cabrito e com uma arroba de farinha fez pães sem fermento. Pôs a carne num cesto e o caldo numa panela, trouxe-os para fora e ofereceu-os a ele sob a grande árvore.

E o Anjo de Deus lhe disse: “Apanhe a carne e os pães sem fermento, ponha-os sobre esta rocha e derrame o caldo”. Gideão assim o fez. Com a ponta do cajado que estava em sua mão, o Anjo do Senhor tocou a carne e os pães sem fermento. Fogo subiu da rocha, consumindo a carne e os pães. E o Anjo do Senhor desapareceu.” (Juízes 6:17-21)

“Ah é? Então Você está dizendo que está comigo? Que é ao meu favor? Que não importa o inferno astral rolando na minha vida? Então me dê um sinal!”. Essa foi a reação de Gideão. E essa seria a minha reação também, para ser bem sincero. Mas uma coisa me chamou a atenção nessa passagem e é sobre ela que quero falar.

Perceba a natureza do acordo de Gideão. Ele saberia que Jesus era a seu favor se aceitasse o sacrifício. Por isso, no desespero de aprontar o cordeiro e os pães rápido o suficiente para Jesus não se entediar e voltar aos Céus, Gideão volta para sua casa. Ele simplesmente abre mão da presença de Jesus para preparar o sacrifício.

Agora note o que acontece em seguida: Gideão volta, prepara tudo e… JESUS BOTA FOGO NO SACRIFÍCIO. Pera lá! O sacrifício era de Gideão, Jesus. Que que você tá fazendo? Ele que deveria acender a fogueira!

Não. O sacrifício não era de Gideão. Assim como também não é nosso. A mensagem que eu percebo aqui é: o único sacrifício que importa é o sacrifício de Jesus Cristo – a Cruz. Esse sacrifício é a garantia que temos de que Deus é a nosso favor. Ele entregou o Seu único filho em uma cruz! Entregou o que tinha de mais precioso, o que mais amava! Entregou parte de si mesmo para morrer uma morte indigna, cruel e amaldiçoada! Embora Gideão não entendesse tudo isso, Jesus estava falando profeticamente que a Sua morte é a garantia final para a Graça e o Favor de Deus.

Por que então continuar perguntando se Deus é realmente por nós? Por que ficar correndo atrás de sinais? Será que não percebemos que o resultado dessa busca incessante é sempre a abdicação da presença de Jesus? Portanto, tenha fé que não há maior prova de fidelidade que a Cruz. Confie no Seu Pai! Ele não te esqueceu nem te abandonou. Ele luta por você e vai fazer todas as coisas cooperarem para o seu bem (Rm 8:28)!

Do blog Ritmos da Graça

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