domingo, 11 de novembro de 2018

Disciplina bíblica na igreja


A disciplina eclesiástica bíblica segue imediatamente o entendimento bíblico da membresia de igreja. A membresia estabelece uma fronteira ao redor da igreja, separando-a do mundo. A disciplina contribui para que a igreja que vive dentro dessa fronteira permaneça fiel àquelas coisas que, em primeiro lugar, são a causa do estabelecimento da linha de separação. Dá significado à membresia da igreja; além disso, é outra marca importante de uma igreja saudável.

O que é exatamente a disciplina eclesiástica? No sentido mais restrito, é o ato de excluir da membresia e da comunhão na ceia do Senhor alguém que confessa ser um cristão e está envolvido em pecado grave e pertinaz — pecado que ele recusa abandonar.

A fim de entendermos a disciplina eclesiástica, é proveitoso recordarmos o que falamos no capítulo 3 [do livro em questão] sobre os propósitos de Deus em
criar o universo, a humanidade, Israel e a igreja. Deus criou o universo para manifestar a sua glória. Depois, Ele criou a humanidade visando a esse mesmo propósito, especialmente por criar-nos à sua imagem (Gn 1.27). A humanidade — Adão e Eva — não manifestou a glória de
Deus; por isso, eles foram excluídos do jardim.

Então, Deus chamou Israel a manifestar a sua glória, especialmente por demonstrarem às nações a santidade e o caráter dEle revelados em sua lei (ver Lv 19.2; Pv 24.1, 25). A lei era o fundamento
para corrigir e excluir pessoas da comunidade de Israel (como vemos em Nm 15.30-31). Em última análise, a lei foi o motivo por que Deus expulsou Israel da sua terra.

Finalmente, Deus criou a igreja, como dissemos, para que ela refletisse crescentemente o caráter de Deus, conforme ele é revelado em sua Palavra. Em harmonia com toda a linha histórica da Bíblia, a disciplina eclesiástica é o ato de excluir um indivíduo que, negligentemente, traz má reputação ao evangelho e não mostra qualquer compromisso em agir de outra maneira. A disciplina ajuda a igreja a
refletir com fidelidade o glorioso caráter de Deus. Ajuda-a a permanecer santa. É uma tentativa de polir o espelho e remover qualquer mancha (ver 2Co 6.14-7.1; 13.2; 1Tm 6.3-5; 2Tm 3.1-5). Por que devemos praticar a disciplina? Para que o caráter santo e amoroso de Deus apareça com mais clareza e resplandeça com mais intensidade.

Como se realiza o processo de disciplina? Visto que as circunstâncias do pecado variam tremendamente, temos necessidade de sabedoria pastoral diversificada para discernirmos como tratar cada situação.
As palavras de Jesus, registradas em Mateus 18 nos fornecem os limites gerais (vv. 15-17). Começam com a instrução de falarmos em particular com o irmão ou a irmã que pecou. Se o pecador se arrepende, o processo de disciplina termina. Se não, devemos procurá-lo novamente acompanhados de outro cristão. Se ele ou ela não se arrepender, então, como Jesus o expressou: “Dize-o à igreja; e, se recusar
ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano” (Mt 18.17), ou seja, uma pessoa que não pertence à igreja.
Essa idéia talvez pareça severa para muitos em nossos dias. Ora, Jesus não proibiu seus discípulos de julgarem os outros? Em um
sentido, Ele realmente proibiu: “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7.1). Contudo, no mesmo evangelho, Jesus exortou as igrejas a repreenderem — publicamente — seus membros por
causa de pecado (Mt 18-15-17; cf. Lc 17.3). Portanto, as palavras de Jesus, “não julgueis”, não pretendiam excluir tudo que pode hoje ser chamado de “julgar”.

 Deus mesmo é um juiz. Ele julgou Adão no jardim. No Antigo Testamento, ele julgou tanto nações como indivíduos. No Novo Tes-
tamento, Ele promete que os cristãos serão julgados de acordo com suas obras (ver 1Co 3). E promete que, no último dia, Ele se revelará como juiz de toda a humanidade (ver Ap 20). Deus nunca erra em seu julgamento. Ele está sempre certo (ver Js 7; Mt 23; Lc 2; At 5; Rm 9). Às vezes, os propósitos de Deus no julgamento são corretivos e restauradores, como acontece quando Ele disciplina os seus filhos. Às vezes, seus propósitos são retribuidores e vingadores, como acontece quando Ele derrama sua ira sobre os ímpios (ver Hb 12). De qualquer maneira, o juízo de Deus é sempre justo. O que surpreende muitas pessoas em nossos dias é o fato de que, às vezes, Deus usa seres humanos para realizar o seu julgamento. O Estado tem a responsabilidade de julgar os seus cidadãos (ver Rm 13). Os cristãos são instruídos a julgarem a si mesmos (ver 1Co 11.28; Hb 4; 2Pe 1.5). As congregações são aconselhadas a julgar ocasionalmente os membros da igreja — embora não da maneira final como Deus julga.

Em Mateus 18, 1 Coríntios 5-6 e outras passagens bíblicas, a igreja é instruída a exercer julgamento dentro de si mesma. Esse julgamento tem propósitos restauradores e não vingativos (Rm 12.19). Paulo instruiu a igreja de Corinto a entregar um homem adúltero “a Satanás
para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo” (1Co 5.5).

Ele disse essas mesmas palavras a Timóteo, ao referir-se aos falsos ensinadores (1Tm 1.20). Não devemos ficar surpresos com o fato de que Deus nos chama a exercer certo tipo de julgamento ou disciplina. Se as igrejas esperam ter algo a dizer a respeito de como os cristãos vivem, elas terão de dizer algo a respeito de como os cristãos não vivem. Preocupo-me com o fato de que muitas igrejas lidam com a disciplina como se estivessem derramando água em baldes furados — toda a atenção é dada ao que
é derramado, sem qualquer preocupação com a maneira como é recebido e retido. Um dos sinais dessa tendência é o declínio na prática de disciplina eclesiástica nas últimas gerações.

Um escritor do movimento de crescimento de igrejas resumiu essa estratégia em igrejas que crescem usando estas palavras: “Abra a porta da frente e feche a porta de trás”. Ele quis dizer que as igrejas devem tornar-se mais acessíveis aos de fora, enquanto também fazem um trabalho melhor de acompanhamento. Esses são bons alvos. Mas suspeito que muitos pastores e igrejas de nossos dias já aspiram fazer isso, e fazê-lo em excesso. Então, permita-me apresentar o que creio
seja uma estratégia mais bíblica: guarde cuidadosamente a porta da frente e abra a porta de trás. Em outras palavras, torne mais difícil o unir-se à igreja e mais fácil o ser excluído. Lembre: o caminho da vida
é estreito e não largo. Fazendo isso, eu creio, ajudaremos as igrejas a
recuperarem a distinção do mundo, conforme planejado por Deus.

Um dos primeiros passos no exercício da disciplina é exercer maior cuidado em receber novos membros. A igreja deve pedir que todos os interessados em ser membros digam o que é o evangelho e dêem alguma evidência de que entendem a natureza da vida que honra a Cristo. Os candidatos à membresia se beneficiarão de saber o que a igreja espera deles e conhecer a importância do seu compromisso. Se as igrejas fossem mais cuidadosas no reconhecimento e na recepção de novos membros, teriam, posteriormente, menos ocasiões de praticar a disciplina corretiva.
A disciplina eclesiástica pode ser realizada de modo impróprio.

O Novo Testamento nos ensina a não julgar os outros por motivos que lhes imputamos (Mt 7.1) ou a julgar uns aos outros em questões secundárias (Rm 14-15). Ao realizarmos a disciplina, nossas atitudes
não devem ser vingativas, e sim amorosas, sendo “compassivos em temor” (Jd 23). Não podemos negar que a disciplina eclesiástica está repleta de problemas de sabedoria e aplicação pastoral. Contudo, devemos lembrar que toda a vida cristã é difícil e está exposta ao abuso. E nossas dificuldades não devem ser usadas como desculpa para deixarmos de praticar qualquer mandamento.

 Cada igreja local tem responsabilidade de julgar a vida e o ensino
de seus líderes e membros, especialmente quando ambas as coisas comprometem o testemunho do evangelho (ver At 17; 1Co 5; 1Tm 3; Tg 3.1; 2Pe3; 2Jo). A disciplina eclesiástica bíblica é obediência a Deus e uma confissão de que precisamos de ajuda. Você pode imaginar um mundo em que Deus nunca usasse seres humanos como nós para exercer seu julgamento, um mundo em que os pais nunca disciplinassem os filhos, o Estado nunca punisse os transgressores e as igrejas nunca repreendessem seus membros? Todos chegaríamos ao Dia do Juízo sem haver experimentado o chicote do juízo terreno e, assim, ter sido avisados de antemão quanto ao julgamento maior que viria sobre nós.
Quanta misericórdia da parte de Deus, pois Ele nos ensina agora, por meio dessas disciplinas temporárias, sobre a justiça irrevogável que virá (cf. Lc 12.4-5).

Eis cinco razões positivas para praticarmos a disciplina eclesiástica corretiva. Ela mostra amor:
1. pelo bem do indivíduo disciplinado;
2. pelos outros cristãos, quando eles vêem o perigo do pecado;
3. pela saúde da igreja como um todo;
4. pelo testemunho coletivo da igreja e, conseqüentemente, pelos não-cristãos da comunidade;
5. pela glória de Deus. Nossa santidade deve refl etir a santidade de Deus.

Ser membro de igreja é importante, não por causa de nosso orgulho pessoal, e sim por causa do nome de Deus. A disciplina eclesiástica bíblica é outra marca importante de uma igreja saudável.

[Arthur Hildersham - O que é uma Igreja saudável? - Editora: Shedd Publicações - pág. 91-95]

sexta-feira, 20 de julho de 2018

Novo estudo reitera que pessoas que frequentam igrejas têm vida mais longa

 A fé faz bem para a alma, e um estudo demonstrou que crer em Deus faz bem também à saúde. Os pesquisadores afirmaram que quem vai à igreja com frequência tem vida mais longa que as pessoas que não são religiosas.

O estudo realizado pelo Journal of Social Psychological and Personality Science(SPPS) revisou obituários de 43 cidades dos EUA. Eles estavam olhando para ver se as pessoas que viviam mais tempo compartilhavam algo em comum. E a descoberta foi surpreendente.

relacionado com a "longevidade”. Os resultados mostraram que pessoas religiosamente afiliadas viviam entre 5,64 e 9,45 anos mais do que aquelas sem afiliação religiosa, segundo informações do portal Christian Headlines.

As descobertas da SPPS não são novidade. Um estudo conduzido pela JAMA Internal Medicine durante um período de 16 anos monitorou mulheres, e os resultados mostraram que as mulheres que compareceram a qualquer tipo de reunião religiosa mais de uma vez por semana tiveram uma chance 33% menor de morrer em comparação com descrentes.

Outro estudo do PLOS One relatou que aqueles que frequentam encontros religiosos regularmente são menos estressados ​​e 55% menos propensos a morrerem do que pessoas que não frequentam a igreja ou outras religiões.

Motivos

Embora os cientistas sempre busquem razões lógicas para o fato de as pessoas religiosas parecerem, em média, viverem mais, o Conselho Americano de Ciência e Saúde ofereceu sua explicação para os resultados do estudo SPPS, apontando as oportunidades sociais e de voluntariado oferecidas pelas comunidades religiosas como responsáveis, “em parte ​​pelo prolongamento da expectativa de vida”.

O escritor cristão e jornalista da Fox News, J. Warner Wallace, afirmou que há uma diferença estrondosa entre comunidades religiosas e grupos de “afinidade mental”: “Um interesse comum pode nos unir como amigos, mas um Pai comum nos liga como família”, afirmou.

Fonte: Portal Gospel mais

quinta-feira, 19 de julho de 2018

As armadilhas das utopias

Por Claudionor de Andrade

 Vinha ouvindo, em meu carro, dia desses, A Utopia de Thomas More.  O locutor interpretava tão bem o texto, que eu tinha a impressão de ter, ali, bem ao meu lado, o próprio autor a narrar a sua estadia no país onde nada podia dar errado. Logo de início, reparei que ele lavrava um protesto velado, e quase sutil, contra as injustiças sociais que degradavam a Inglaterra do século XVI.
 
Sempre atento ao trânsito, continuei a ouvir o filósofo e chanceler inglês. E, de sua impressionante narrativa, vim a sintetizar o óbvio: o que ele não encontrava na Inglaterra, parecia ter achado naquele Estado Ideal. A sua Utopia, segundo ouvi dizer, era uma descrição romântica do então recém-descoberto arquipélago de Fernando de Noronha. Dizem ainda que Thomas More (1478-1535) teria se inspirado na descrição que Américo Vespúcio fizera das admiráveis ilhas nordestinas. E, assim, veio o pensador a concluir que um lugar tão belo e aprazível seria o cenário perfeito para uma sociedade igualitária, justa e harmônica.
  
Fernando de Noronha, porém, não seria ocupado pela sociedade sonhada pelo trágico ministro de Henrique VIII. A partir de 1737, o paradisíaco arquipélago passou a ser usado, pelo governo colonial português, como presídio. E, nessa condição, permaneceria até 1942. Em 1938, o governo Vargas utilizou aquelas ilhas, que hoje pertencem ao Estado de Pernambuco, como prisão, na qual eram encerrados os inimigos do Estado Novo. A Utopia de Thomas More veio a transformar-se numa distopia. Não é exatamente isso o que ocorre nos países comunistas? Hoje, sonho; pesadelo, amanhã.

Além de Thomas More, apareceram outros poetas e prosadores utópicos. Estes ocuparam-se com a política. Aqueles distraíram-se com a ecologia. E, aqueloutros, brincaram com a religião. Quanto a mim, consolo-me com a cidade arquitetada e construída por Deus; não há outra igual. A Jerusalém Celeste é tão real quanto o restante da criação divina.  

Depois de ouvir A Utopia de Thomas More, pus-me a escutar A Cidade do Sol de Tomás Campanella (1568-1639). À semelhança do filósofo inglês, o pensador italiano descreve-me uma sociedade perfeita. Seu país, localizado no misterioso Oriente, é governado por um príncipe-sacerdote chamado Sol. Ele é auxiliado por outros três potentados: Pon, Sin e Mor, respectivamente a Potência, a Sapiência e o Amor. Nesse Estado, todos se guiam pela razão. Ali, não há propriedade privada, pois esta, segundo ele, sempre acaba por gerar desinteligências e guerras. O país de Campanella é uma perfeita república comunista; teoricamente, funciona; na prática, uma tragédia. 
 
Antes de More e de Campanella, o filósofo grego Platão (428-347 a.C) parece ter sido o primeiro escritor a imaginar uma sociedade perfeita. Em A República, o celebrado pensador discorre sobre uma cidade-estado governada de maneira racional e lógica. O seu rei não é um mero político, mas um filósofo singular, cuja missão precípua é guiar, racional e logicamente, seus ignaros e trevosos súditos. Se dirigidos pela razão, todos serão capazes de dominar seus instintos e reprimir o egoísmo. Assim, os interesses individuais subordinar-se-ão ao Leviatã de Thomas Hobbes. Logo, na República de Platão não há lugar à propriedade privada; ninguém é dono de nada, nem do próprio ser é dono.

Inflamado por seu ideal, Platão vai à Sicília, em 388 a.C., onde busca convencer o tirano de Siracusa a adotar-lhe a cartilha política. Mas, conquanto muito se esforçasse, não logrou transformar Dionísio I num rei-filósofo. Irritado, o déspota mandou encarcerar aquele primevo ideólogo comunista. Não fosse a intervenção de um discípulo abnegado, Platão haveria de terminar seus dias numa senzala de Esparta. 

Desalentado, o romântico filósofo conclui que o diálogo de Górgias não passava de um monólogo votado ao fracasso. Mas, neste ponto, a pergunta é quase inevitável: “Qual o perfil de um rei-filósofo?”. Acredito que Joseph Stalin (1878-1953) preencheria todos os requisitos platônicos. O ditador soviético era racional, lógico, culto, falava diversos idiomas, fazia poesias e cantava razoavelmente bem. Todavia, foi o responsável por 20 milhões de assassinatos. Já ouvi falar em cifras bem mais elevadas.     

Alguns visionários e oportunistas, servindo-se dessas utopias, criaram infernos apavorantes. Haja vista o que vem acontecendo na Coreia do Norte. Fundada por Kim Il-Sung (1912-1994), a nação comunista foi estabelecida sob a proteção da ex-União Soviética, para ser uma vitrine comunista, no Oriente, com o objetivo de seduzir os incautos do Ocidente. 

Como encantar-se com um país que, além de condenar milhões de seus filhos à fome, priva o restante das liberdades mais comezinhas? Ali, milhares de crianças perecem de desnutrição crônica, enquanto os dirigentes vermelhos banqueteiam-se e caçoam do povo. E ai de quem ousa fugir daquela terra, que, segundo o seu governo, abriga o povo mais feliz de todos os tempos. 

Ensaiando uma peça cômica, muitos norte-coreanos arriscam-se a cruzar a fronteira com a China, em busca de um pouco de liberdade. Seria como passar do fogo para a fornalha. 

Fundados em bases ideologicamente utópicas, os países comunistas transformaram-se na pior das distopias. Não quero, com isso, sublimar a democracia. Entretanto, sem ela não estaria, agora, a escrever estas linhas. Enquanto organizo este parágrafo, pergunto-me o que fariam Platão, More e Campanella se pudessem ver em que redundaram suas fantasias. Na ex-União Soviética, os que ousavam discordar do regime eram amontoados nos gulags. Basta ler o relato biográfico de Alexander Soljenítsin (1918-2018), para se ter uma ideia do sonho marxista.

Adolescente ainda, procurei ler alguns escritos de Karl Marx (1818-1883). Mas não consegui avançar além de duas ou três páginas. Que livro cansativo e frustrante. Vim a saber, depois, que nem o próprio Lênin (1870-1924), fundador da ex-União Soviética, achava agradável aquela leitura. No entanto, quando abro a minha Bíblia, deparo-me, não com utopias e sonhos; deparo-me com a realidade de um encontro pessoal com o Senhor Jesus Cristo. Através de sua morte e ressurreição, escancarou-nos Ele os portais da vida eterna.

O que é uma utopia? Um não lugar. Mas a Jerusalém Celeste é um lugar real; é a cidade que nos aguarda. O melhor dessa cidade é que o Senhor Jesus Cristo estará para sempre conosco.

Fonte:CPAD

quarta-feira, 18 de julho de 2018

PRECONCEITO E RACISMO CONTRA NORDESTINOS – FATO ANTIGO

Autor – Rostand Medeiros
Existe muita coisa de boa e de ruim do ser humano, mas certamente uma das piores é o preconceito e o racismo em relação as suas origens. E você só sabe como funciona este tipo de situação, e o quanto isso é perverso, apenas no dia que sente.
Em relação a este assunto, existe um movimento ocorrendo em São Paulo, terra maravilhosa e de muita gente boa, que revela uma situação triste e complicada.
Em 2010 teve início um abaixo assinado divulgado na internet, do chamado “Movimento São Paulo para paulistas” http://tudoporsaopaulo2010.blogspot.com/
Sou uma pessoa que se impressiona muito com o preconceito e com o racismo, pois durante mais de dez anos trabalhei como Guia de Turismo em Natal, onde conheci e fui alvo de preconceito e racismo pelo fato de ser nordestino.
Ser nordestino, viver no Nordeste, me causa muito orgulho. Neste sentido os fatos que, infelizmente, tive o desprazer de presenciar foram mais amargos ainda, pois ocorreram na minha própria terra.
Lembro-me que, talvez devido ao fato de ter a pele clara, sempre me diziam que eu “-Não parecia com um nordestino!”. Na mesma hora eu respondia; “-Mas para você, como se parece um nordestino?”.  Daí, primeiramente, vinha a cara de surpresa, o risinho torto e sem graça, os olhos procurando algo perdido no espaço e as respostas mais ouvidas foram “-Ah, sei lá!”.
Quando havia alguma coisa errada na rua, como por exemplo, uma pessoa que jogava um papel na calçada, não faltava a sentença; “-Mas como nordestino faz besteira!”.
Outra coisa triste eram as comparações. Nunca consegui compreender como alguém gasta tanta grana para viajar, vem para outras cidades e, ao invés de curtir, fica ridiculamente fazendo comparações desairosas e negativas sobre o lugar visitado.
Ouvi muitas vezes a máxima que na nossa terra “só havia gente feia”. Afirmavam que sua região de origem do turista era diferente, pois lá o povo não era tão “misturado”. Misturado?
E por aí seguia.
Não vale nem a pena rememorar tais episódios de forma específica. Nem listar de forma ridícula “de qual estado vem os turistas mais racistas”, pois durante todo este tempo de luta no turismo, estes fatos negativos foram poucos.
Essa é a nossa unica imagem quando se fala em Nordeste?
Mas, infelizmente ocorreram e o ruim é que dá uma raiva difícil de esquecer!
Coisa Antiga
Mas voltando ao caso do triste e vergonhoso movimento paulista. O pior é que este tipo de preconceito, de racismo contra os nordestinos, não é novidade.
Anteriormente, principalmente para fugir da seca, o pobre sertanejo da nossa região seguia para o norte do país, para a Amazônia em busca do sonho da borracha e da terra cheia de florestas e rios. Mas houve o momento em que o destino mudou e no final da década de 1920 teve início o movimento de migração de nordestinos em direção a São Paulo. Logo começaram as críticas contra a chegada destas pessoas.
Em 1929 havia a ideia que nordestinos “desocupados e preguiçosos” eram trazidos para São Paulo para “vadiarem” na grande metrópole. Mas houve vozes em contrário. Uma delas veio de um paulista de renome, ninguém menos que Mário de Andrade.
Em um artigo, originalmente publicado em março de 1929, no jornal paulista “Diário Nacional”, tendo sido reproduzido integralmente no jornal natalense “A Republica”, no dia 7 de abril de 1929, o autor de “Turista Aprendiz”, mesmo iniciando o artigo afirmando que não iria “entrar nessa discussão sobre imigração nordestina”, faz uma defesa do trabalhador da nossa região que estava no seu estado.
Mário de Andrade
TRABALHADOR NORDESTINO
Mário de Andrade
Não pretendo entrar nessa discussão sobre imigração nordestina, que anda ascendendo ardores por aí. Discussão que deu lugar a patriotismos regionalistas muito detestáveis. Antipatrióticos.  E me parece que mal colocada. Excetuada alguma nota rara de visão exata (Amadeu Amaral, Antonio Bento de Araújo Lima), o problema foi tratado debaixo de uma mentalidade capitalista e não propriamente econômica.
Ainda outra coisa que ninguém distinguiu foi entre “proletário” nordestino e “desocupado” nordestino. Homem do campo. Homem da cidade. Em todas as cidades deste mundo se ajunta sempre uma população mariposa. A cidade atrai. Uma gente fraca, e o que é pior, dotada de todas as “habilidades” que a fraqueza engendra, vem chamada por esta atração. E fica por aí, na barra da saia da cidade, mariposando, vivendo de expedientes, na folga dos biscates. De fato essa gente vadia. E “vadeia” que no Nordeste significa brincar, cantar, dançar, se divertir.
E essa psicologia romântica do verbo “vadiar” nos da bem um elemento pra aquilatar da capacidade do homem do povo nordestino. Não se pode chamar de “vadiação” ao caso do individuo que vai pra city das cidades, a espera e trabalho. Muito menos ao fato do sertanejo na seca, rodeado pelo gado, estar esperando a hora de queimar o xiquexique pra criação comer. Esse mesmo homem é capaz de agüentar léguas a pé e tem capacidade física formidável. Basta ver o que é um samba ( ), um coco violento, durando a noite, para saber do que são capazes fisicamente os homens e mulheres nordestinos. A própria condição da vida nordestina em certas zonas, a do gado, a da carnaúba, é que obriga a longas estiagens de trabalho econômico. Porem, no vale do Assu, (carnaúba) pór exemplo, se diz que não tem noite sem samba. O proletário exerce nas noites a atividade que não teve por onde exercer durante o dia. E por isso o verbo “vadiar” mudou de sentido lá. Significa o brinquedo: o exercício às vezes duma fadiga inclemente, prodígio de esforço físico e habilidade. Ora o brinquedo é sempre uma transposição de atividades que não podem ser exercidas.
Porem não quero negar a existência do desocupado urbano nordestino. Existe como existe em S. Paulo, em Montevidéu, em Paris. E a psicologia do desocupado, do homem… da fuzarca, é a mesma por toda parte. Os agentes em busca de colonos pras fazendas não se dão ao trabalho de dias inteiros através do sertão, arrebanhando gente. Chegam nos portos e pegam as mariposas do biscate. Está claro que virá muito colono ruim assim. Mariposa não se transforma em proletário do dia pra noite Mas também sei de fazendeiro que coloniza a propriedade só com nordestinos. Porem não fia em agente. Manda, mas é o próprio sertanejo nordestino que já tem na fazenda, trabalhador, colono excelente, buscar os conhecidos dele, lá de Catolé do Rocha, de Martins, do Seridó, gente boa.
Descendente de índio ou africano o proletário nordestino conserva disso a psicologia de quem foi muito dominado e abatido. É manso. É bem mandado. É de uma obediência servil. Vive no Nordeste uma diferenciação de classes que me chocou. Às vezes me feriu mesmo. Não é a toa que nos últimos tempos está se dando uma recrudescência no emprego da expressão “senhor de engenho”. No geral iniciativa do proletário é circunscrita ao mínimo possível pelo “seu doutor”, que significa homem de gravata. Também pra explicar a psicologia do cangaceiro nordestino, o argumento dele se revoltar contra as injustiças da justiça me parece fácil por demais. Há sem duvida no cangaceiro um fundamento mais secular de revolta contra a injustiça social das classes. E contra a escravidão que, se perdeu a base de compra e venda, não perdeu o sentido de obediência e mando.
Quanto ao argumento que o proletário nordestino raro enriquece aqui, é argumento capitalista e não econômico.
Malfadado por uma terra que acumula omissões, o homem do povo nordestino se rege pelo “primo vivere”. É a psicologia da fome, mais dramática que condenável. Quando vem pro sul ganha fácil. Então se deslumbra. Vê tudo fácil, gasta, não amontoa. Fenômeno perfeitamente explicável em quem atinge terras de aventura capitalista. Se deu na Califórnia e no Alasca. No sul da África. Na Argentina e Brasil. Em S. Paulo, terra de aventura, tem centenas de estrangeiros que fazem o mesmo. Antes e depois de ricos. Porque a riqueza não justifica, os luxos rastaqüeras. Mas nós não censuramos o senhor conde Matarazo que esbanja um trust num monumento tumular ridículo. Porem por causa do proletário nordestino não se adaptar desde logo a mania de ajuntar ouros… a Prefeitura abre portãozinho  para quanto ricaço esbanje chique. Pelo menos que soubesse abrir portões maravilhosos, que nem os que a gente encontra em cemitérios nordestinos, o de Arez, o de Goianinha, o de Augusto Severo, por exemplo. Portões que nordestino fez. Mas os nossos problemas não tratam de civilização, de cultura, de economia. Se resumem a cócegas de capitalização.
O mais engraçado é que todos acabaram reconhecendo que o proletário é excelente. Porquê e praquê tanta birra então? Nós vivemos no geral suspeitos às franjas dos problemas brasileiros. Em vez de atacarmos diretamente os problemas, vivemos desbastando as superfícies dum instrumento malfeito. É o que o caracteriza, desde a Monarquia, a desídia nossa.
(Do “Diário Nacional”, de São Paulo)
O Conhecimento de Mário de Andrade Sobre o Nordeste
Percebemos que os apontamentos do escritor Mário de Andrade neste artigo certamente surgiram a partir das experiências do autor nas suas duas viagens pelo Norte e Nordeste do Brasil. Nestas aventuras etnográficas, Mário desejava conhecer o Brasil e o povo brasileiro. Elege o Norte e o Nordeste como regiões privilegiadas do que deveria visitar e realiza seus objetivos em duas distintas viagens de estudo e pesquisa.
Mário pesquisando o Brasil
Na sua segunda viagem ele demora-se no Nordeste em trabalho de coleta de documentos musicais, conhecendo músicas de “feitiçaria”, cocos, danças dramáticas, romances, cantos de trabalho. Quando esteve no Rio Grande do Norte, no final de 1928, conheceu muita coisa na companhia de intelectuais locais, registrou em fotos as paisagens, a arquitetura, o sertão e a população dos locais visitados.
Mário de Andrade passa a escrever no jornal “Diário Nacional” a partir de 1927, onde publica a maior parte de sua produção, entre críticas, contos, crônicas e poemas, até 1932, quando o jornal é fechado. O “Diário Nacional” era o órgão noticioso do Partido Democrático, agremiação política a qual Mário de Andrade era filiado. Respondia pela redação do periódico Sérgio Milliet, Antônio Carlos Couto de Barros e Amadeu Amaral.
É Combatido
Percebo que este preconceito, este racismo regionalista, existente no Brasil, só tende a crescer, na medida em que crescem as nossas eternas e futuras crises econômicas, políticas, sociais, morais, éticas, etc., etc. É como uma espécie de válvula de escape para superar as frustrações de um momento.
Ainda bem que vivemos em uma democracia, onde todos tem o direito de manifestarem as suas ideias e por sorte existem pessoas que não se conformam com as ações preconceituosas e racistas, como a realizada pelo “Movimento São Paulo para paulistas”. Uma manifestação interessante, sobre este movimento, veio do jornalista Paulo Henrique Amorim, que mostra de forma clara e inteligente o que pensa quem cria este tipo de coisa.
Ainda bem que, depois de um ano ativo, pelo menos até a manhã de 24 de maio de 2011, o triste movimento “Movimento São Paulo para paulistas”, possuía 1849 assinaturas.
E, infelizmente, Também Existe Aqui
Como já senti o preconceito e o racismo, pelo simples fato de ser de onde sou, é inevitável que dentre todas estas ações, preconceituosas e racistas, existentes por aí,  a que me chama mais a minha atenção é o que ocorre contra estrangeiros.
No passado muitos imigrantes, vindos de outros países, sofreram inúmeras formas de racismo ao desembarcarem no “grande país tropical”.
Assim ocorreu quando japoneses chegaram a mais de 100 anos e se tornaram alvo de fortes críticas e perseguições. Ou como aconteceu com os sírios e libaneses, que aqui eram chamados pejorativamente de “Turcos”. Ou com os “branquelos” alemães. No topo da lista não podemos esquecer os portugueses, que vinha da “terrinha” para serem alvos de eternas piadas.
Mesmo a distante China, que nem tinha tantos imigrantes no Brasil, em épocas passadas, ficou conhecido como o país onde tudo que não prestava era mandado para lá. Era o famoso “Vai prá China!”, que tinha o mesmo significado de “Vai para aonde o diabo te carregue”.
Afora que, tudo que é mal feito em termos de produtos manufaturados vem do Paraguai e também da China.
E por aí vai.
Mas o irônico é que as piadas com os portugueses e a mania de se mandar tudo que não presta para a China diminuíram na medida que estes países ganharam mais prestígio no cenário mundial.
Será que estas manifestações de preconceito e racismo é algo inerente ao DNA de todos os seres humanos que vivem na Terra?
Não sei, mas como existem quase 2.000 pessoas que assinam este tipo de manifesto público, infelizmente, em nossa querida Natal, igualmente existe preconceito e racismo.
No caso potiguar, os preconceitos e os racismos são múltiplos. Focados muitas vezes em quem tem mais que outros, na cor da pele, onde mora, qual seu sobrenome, a sua família, de onde se vem e outros mais.

Qual a importância dos valores cristãos para os dias atuais?


Os valores cristãos estão sendo cada vez mais esquecidos pela sociedade brasileira. Um dos maiores desafios do mundo moderno é viver os valores que estão na Biblia, seja no ciclo familiar ou fora dele. Percebemos que com o passar do tempo os inimigos de Deus crescem e como não podem mais atacar e matar a Jesus Cristo que ressuscitou, eles atacam aquilo que o Senhor nos deixou como herança, que são seus ensinamentos, Palavras e até mesmo suas atitudes pessoais que ficaram guardadas na memória daqueles que testemunharam os fatos históricos e marcantes que estão narrados na Bíblia.

Quais são esses valores ?

Tudo o que Jesus testemunhou e nos ensinou com suas ações se tornaram valores, ou melhor “tesouros inestimáveis” como Jesus mesmo identificou em seus ensinamentos, seriam coisas tão valiosas que superariam até mesmo a nossa vida e para preservar as suas palavras ele entregou a sua própria vida, porque preferiu morrer que negar qualquer coisa que havia ensinado a todos.
Hoje, a civilização tem vivido um retrocesso à idade da pedra se tratando de cristianismo, onde os princípios Cristãos que costumavam formar as pessoas foram abandonados, e pouco a pouco vão abandonando o que temos de mais precioso, que são os nossos valores bíblicos e os substituindo pelos famosos direitos humanos que são muito “discutíveis” que nada tem de direito e sim obrigações a serem seguidas pela maioria em benefício de uma minoria. Na verdade a igreja através de seus membros fez um enorme trabalho de evangelização no passado, disseminando a verdade cristã entre os diversos povos pagãos que habitavam a Ásia, Europa, etc.
Os princípios religiosos se tornaram normas e leis de ensino nas escolas até que a civilização amadureceu e agora que deveria estar avançando mais profundamente rumo à perfeição, mas não, nós nos deparamos com uma tremenda apostasia e um abandono da fé em grande parte do mundo.
Atualmente nossa luta como evangélicos é tentar reverter este processo de banalização dos princípios Cristãos, reverter este processo que o mundo nos impõe tentando mudar a nossa maneira de ser e de ensinar as pessoas. Até mesmo as leis que comandam alguns Países e os mantêm de pé estão sendo substituídas por outras que não se comprometem com o bem estar do ser humano ou sua dignidade como filho do Deus Altíssimo, dando margem a todo tipo de atrocidades destruindo pouco a pouco a civilização que conhecemos.
Devemos redescobrir estes valores cristãos, viver estes valores cristãos e ensina-los as pessoas. O nosso mundo padece nas mãos dos aproveitadores e sugadores das riquezas naturais que não se preocupam nenhum pouco com o que acontecerá amanhã com o planeta ou o homem que nele reside.

Consciência cristã longe das imposições do mundo!

Tudo começou na sala da casa do apóstolo Estevam e da bispa Sonia, onde iniciaram as primeiras reuniões com a família e alguns poucos amigos. (Nessa mesma casa, Estevam e sua família abrigaram 12 pessoas, dependentes químicos, que durante anos foram acompanhados, discipulados e tratados com carinho e atenção. Era o embrião de um dos pilares ministeriais mais destacados da igreja - um lindo trabalho que é desenvolvido há 20 anos com jovens e adultos que se encontram mergulhados no vazio do mundo das drogas).
A cada encontro, mais pessoas se juntavam e, esse espaço começou a ficar pequeno. Resolveram então levar as reuniões para o salão de uma pizzaria na Vila Mariana, zona sul da cidade de São Paulo.
Os cultos continuaram crescendo e o próximo passo foi inevitável: a mudança para um lugar maior. Surgiu o convite da Igreja Árabe que cedeu um espaço no subsolo para algumas reuniões semanais.
Começava ali, uma grande explosão de salvação e fé que viria se transformar no que atualmente é a igreja Renascer: um celeiro de milhares de vidas transformadas pelas boas novas do evangelho de Jesus Cristo.
Já se passaram 20 anos, e, os mesmos ideais e valores do princípio respaldam a visão da igreja e de seus líderes fundadores – o amor pelas vidas e o desejo de cumprir a plenitude da vontade de Deus.
Hoje, são 500 igrejas espalhadas por todo o Brasil, América Latina e Estados Unidos.
Os frutos da igreja falam por si só: Em 2006, as igrejas Renascer em Cristo realizaram 32 mil, 786 batismos nas águas, 57 mil vidas foram restauradas e voltaram a servir ao Senhor – uma colheita do ministério Volta Logo.
A campanha mais 1, onde uma pessoa que freqüenta a igreja leva mais um convidado, trouxe para os braços do Senhor 200 mil pessoas. Em 2006, aconteceram 318 mil, 451 conversões.
A Renascer em Cristo desenvolve anualmente inúmeros eventos como as gravações do Renascer Praise, ministério de louvor da igreja que já lançou 13 CDs e 7 DVDs, com destaque para o álbum gravado em Israel, onde se tornou no primeiro grupo musical a fazer um espetáculo em uma arena a céu aberto em Jerusalém. Nas últimas edições gravadas no estádio municipal do Pacaembu em São Paulo, a platéia superou as 60 mil pessoas, e contou com uma mega estrutura de som, palco e luz e um imenso coral de 12 mil vozes.
Também durante o ano, a igreja Renascer realiza o Encontro Nacional de Homens, Encontro Nacional de Mulheres,  A Conferência Apostólica Internacional, com a presença de apóstolos preletores de vários continentes e o SOS da Vida Gospel Festival, tradicional evento de música que há mais de 15 anos movimenta milhares de pessoas até São Paulo para 2 dias de shows com atrações da música cristã nacional e internacional.

Jovens com ideais cristãos... Existe?

Juventude, atitude e virtude!

O O2 Church é o ministério que nasceu no coração de Deus com o propósito de alcançar os jovens dentro de sua linguagem e universo sem descaracterizá-los, proporcionar-lhes um encontro com Cristo e a consequente transformação de suas vidas. No O2 Church, os jovens descobrem sua Paternidade Apostólica e são levados a entender propósitos de crescimento ministerial e pessoal que dirigirão sua vida, seus relacionamentos e valores.
Dentre as atividades que fazem parte do trabalho deste ministério destacam-se: evangelismo de rua; os "caretaços" – movimento de divulgação da campanha "Sou Careta, Drogas Bah!"; vigílias; festas e eventos; evangelismo com bandas; ações sociais; entre outras.
As reuniões acontecem, normalmente, na Igreja local, embora algumas, de âmbito global, possam acontecer em outros locais predeterminados. O ministério realiza também acampamentos e grandes eventos de evangelismo, levando salvação ao mundo todo pelo seu maior projeto – alcançar jovens pelo amor de Jesus Cristo.

Fonte: iGospel

terça-feira, 17 de julho de 2018

Uma palestrante de um TEDx, na Alemanha, diz que "a pedofilia é uma orientação sexual natural"


Durante um TEDx Talk, Mirjam Heine, da Universidade de Würzburg, na Alemanha, afirmou que “a pedofilia é uma orientação sexual natural, assim como a heterossexualidade”.

"De acordo com pesquisas atuais, a pedofilia é uma orientação sexual imutável", argumentou Heine. “Assim como, por exemplo, a heterossexualidade. Ninguém escolhe ser pedófilo. Ninguém pode deixar de ser um.

“A diferença entre a pedofilia e outras orientações sexuais é que viver essa orientação sexual terminará em um desastre ... É nossa responsabilidade superar nossos sentimentos negativos em relação aos pedófilos. E tratá-los com o mesmo respeito que tratamos as outras pessoas.

“Devemos aceitar que os pedófilos são pessoas que não escolheram sua sexualidade ... Devemos aceitar que a pedofilia é uma preferência sexual, um pensamento, um sentimento e não um ato. Devemos diferenciar entre abuso sexual infantil e pedofilia. Não devemos aumentar o sofrimento dos pedófilos excluindo-os, culpando-os e ridicularizando-os ”.

Fonte: The Calderon Pool

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Como Debater de Forma Cristã

Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos."
(Romanos 15:1)

"Eu, a sabedoria, habito com a prudência, e acho o conhecimento dos conselhos."
(Provérbios 8:12)

Participei de muitos debates teológicos ao longo de duas décadas. Debates em grupos de estudos, em salas de aulas de escola dominical, em aulas de seminários e em formatos virtuais. Os debates presenciais são menos quentes e mais respeitosos (normalmente!), já os virtuais, talvez pelo distanciamento das pessoas, são mais quentes e desrespeitosos (nem sempre!). O fato é que há uma tendência no mundo virtual de demonstrar mais intolerância. A impulsividade e emotividade é mais quente no campo virtual. No início da minha fé e por um longo tempo debati demais com arminianos. Um amigo e pastor, em tom de brincadeira disse que nós éramos forjados em caldeira quente.

Confesso com tristeza que em muitos debates fui intolerante, explosivo, arrogante e um tolo insuportável. Eu era um pedante e deveria ser um pedinte. Não todo o tempo, mas muitas vezes. Aprendi bastante sobre os dois lados da moeda, entre ser intolerante e ser tolerante, como administrador do fórum virtual Monergismo. Tratava-se de um fórum de debates teológicos em língua portuguesa, dos mais quentes e visualizados. Milhares de visualizações, centenas de tópicos e discussões. Administrei por anos seguidos, discutíamos um grande volume de informações, era uma verdadeira arena com centenas de debatedores e dezenas de moderadores.

Debatíamos com ateus, católicos, mórmons, testemunhas de Jeová, adventistas e muitos arminianos, muitos! O fórum Monergismo é uma lenda na Internet com seus debates quentes. Como era um fórum confessional protestante calvinista havia muita discussão com grupos contrários. Havia muita gente que só observava o desenrolar dos debates, outros faziam perguntas sinceras, outras vezes os questionamentos carregavam em si uma má intenção ou artimanha, outros eram apenas blábláblás; era um campo minado; havia muito confronto, muitas vezes ásperos. Num campo minado, não poucas vezes o melhor caminho é observar os outros caminhando, para discernir onde pisar. Nesses embates nós como participantes experimentamos aspectos negativos e positivos. Havia muita pesquisa de textos e consultas de colegas mais experientes. Fizemos grandes amizades e adversários obstinados.

Confesso que aprendi muito, teologicamente, e muito mais em termos práticos sobre o comportamento humano e autorreflexão. Com certeza, na defesa da fé, ao longo do tempo de experiência ganhamos couro de teflon. O perigo era ficar insensível e desumanizado nos debates. Por parte de muitos debatedores havia uma disposição competitiva e desafiante, e muitos entravam em debates para ganhar e vencer, outros entravam para testar e colocar à prova seu sistema de doutrina; outros entravam somente para despejar suas heresias e cair fora; e outros com a simples intenção de aprender ou aumentar seu conhecimento. E nesse fogo cruzado, todos os dias, por meses seguidos estavam os novos na fé e os irmãos em Cristo mais fracos.

Mesmo sabendo que ali era uma arena de debates e não um chá de senhoras ou uma sala de aula de escola dominical para iniciantes, nós tínhamos a consciência que precisávamos ter muita sabedoria, inteligência, entendimento e discernimento para não girar a metralhadora para todos os lados. Era uma grande responsabilidade. Podemos ferir muita gente e também colher bons frutos. Lendo um antigo livro chamado O Caniço Ferido de Richard Sibbes, percebi como Deus trata o nosso crescimento cristão. Deus nos ensina a cada dia a termos melhor discernimento. Ao longo deste texto tomei emprestado algumas das reflexões do autor Richard Sibbes, também conhecido como o Doutor da Alma, para ficar mais claro a minha experiência sobre apologética.

A maior lição que aprendi em debates, principalmente os virtuais, é que temos que ter mais misericórdia com os mais fracos (algo que não aprendi da noite para o dia!). Como cristãos nosso maior exemplo é o próprio Cristo que suportou as muitas fraquezas dos seus discípulos. De certo, o Senhor por vezes se mostrou duro em confrontar seus seguidores, mas certamente o fez em amor perfeito. Ele é o nosso padrão, nada menos! A misericórdia é a pluma, a severidade (e dureza) é o cajado, por muitas vezes necessário, mas aplicado com justiça e discernimento. Uma ovelha ferida precisa muito mais de cuidado, e não de uma cajadada! Onde há mais santidade, há mais moderação, sem prejuízo da piedade a Deus e ao bem dos outros. Vemos em Cristo uma maravilhosa combinação de absoluta santidade com grande moderação.

"Grandes poderes, grandes responsabilidades", uma frase clássica da Marvel, que poderia ser bíblica*. Foi assim que o apóstolo Paulo fez com as forças poderosas da revelação da Palavra de Deus que recebeu. Ele, um seguidor exemplar de Cristo, ensinou que devemos suportar a fraqueza dos outros.

"Mas nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos."
(Romanos 15:1)

E também:

"Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns."
(1 Coríntios 9:22)

O que aprendi nas arenas apologéticas: Que não devemos bombardear os mais novos na fé e os mais fracos com todo peso de teologia existente (como se fosse possível!). DEVEMOS OFERECER A ELES OS PONTOS FUNDAMENTAIS DA FÉ CRISTÃ. Devemos treiná-los e equipá-los PROGRESSIVAMENTE. Com PACIÊNCIA e MISERICÓRDIA. Para que eles possam aos poucos suportar a bagagem teológica de todo sistema. E muitas vezes fazemos o contrário! Sobrecarregamos os mais fracos com um peso insuportável e ainda exigimos que aguentem o peso. Não somos faraós com chicote na mão dando ordens para carregar pedras! Calma jovem! Muito cuidado para não pisar em um dos pequeninos do Senhor Jesus!

De modo geral, nos debates, esquecemo-nos de aproximar o mais fraco ao calor aconchegante do amor de Deus e do espírito voluntário de servir a este Deus maravilhoso. Antes de responder impulsivamente e sem misericórdia a quem nos questiona, lembre-se que ele pode está experimentando o seu primeiro amor por Cristo Jesus. E também devemos lembrar-nos do nosso primeiro amor, quando tínhamos menos conhecimento teológico, mas o nosso coração era mais quente em relação ao Senhor. O amor de Cristo nos constrange.

Há locais mais apropriados para debates mais quentes, como por exemplo, um seminário ou mesmo um fórum virtual, e mesmo assim devemos ter sempre o cuidado e a prudência cristã. Há locais que definitivamente não são lugares apropriados para discussões acaloradas, como uma escola dominical ou certos ambientes virtuais. Toda "disputa" entre cristãos-cristãos e cristãos-não-cristãos deve ser tratada com discernimento e justiça. Devemos nos esforçar para não ofender ninguém, e quando ofendido não reagir com ofensas, intolerância e arrogância.

Peça entendimento ao Senhor. Temos uma tendência pecaminosa de sermos compassivos com os nossos erros e severos para com os erros dos outros. Alguém já disse com propriedade que em mais ocasiões do que queremos admitir, grandes mediocridades às vezes acabam em posições de enorme responsabilidade. Precisamos ter muita paciência e misericórdia quando recebermos uma crítica, nem sempre as críticas são construtivas, mas temos que saber lidar com isso da melhor maneira que glorifique a Deus. Podemos assumir posições e não estar preparados para elas.

Devemos ter equilíbrio e moderação em tudo, muito mais em debates teológicos! Ser tolerante e paciente não significa que devemos encorajar que o mais fraco continue fraco ou em erros, pelo contrário, devemos trabalhar para que ele se fortaleça. Devemos discernir quem nos opõe e saber lidar muitas vezes com a cegueira do próximo, com a arrogância, a ignorância, a curiosidade, as armadilhas, a obstinação, a irreverência, a fraqueza e tantas outras características humanas. E lembrar que ainda temos muito disso ainda em nós como pecadores. Examinemos a nós mesmos.

Obviamente, há pessoas atrevidas e irreverentes que são intratáveis. Ainda assim somos ordenados a amar o nosso próximo, e isso começa com o senso de não fazer a ele o que não gostaríamos que ele fizesse a nós.

Quanto mais a gente se aproxima do conhecimento verdadeiro e da santidade de Deus, mais enxergamos a nossa falta de humildade, e nos arvoramos e inflamos, crescemos em orgulho por causa de algum talento. Esquecendo que o dom foi dado por Deus. Como é tolo quando alguém que se acha superior em erudição e é comparado a Cristo! "Eu sou o Senhor que vos santifico." (Levítico 22:32). Deus não quer que apenas o conheçamos, mas que sejamos como Ele é! Assim como Deus é, seja! Esta é a Palavra que os profetas trouxeram para seu povo. Por toda Bíblia há o encorajamento à santificação.

Devemos ter cuidado com a cultura imediatista nos debates, tomar cuidado com a busca da glória pessoal, a fama, a gratificação e a autossatisfação. Devemos buscar a simplicidade e humildade contra a impulsividade, super confiança e emotividade.

Peçamos a Deus para saber usar com alguns, no momento certo, a doce misericórdia, a pluma, e com outros, um cajado. Muitos pecadores não são curados com palavras doces, mas um grande discernimento é necessário.

Como escreveu Richard Sibbes em O Caniço Ferido:

"O Espírito Santo veio tanto em línguas de fogo quanto na semelhança de pomba, e o mesmo Espírito concederá um espírito de prudência, que é o sal para temperar todas as nossas palavras e ações."

Tomemos cuidado para saber tratar com cada um, com os mais velhos e com os novos crentes. Há matérias que devem ser estudadas e assimiladas a seu tempo. Não se deve oferecer uma feijoada a uma criança que só toma leite.

Voltando aos conselhos dos antigos:

"Os embaixadores de um tão gentil Salvador não devem ser ditatoriais. Lembremos quão cuidadoso foi Paulo nos casos de consciência para não colocar uma armadilha sobre qualquer consciência fraca."
- Richard Sibbes

Lembremo-nos, em nosso mundo globalizado temos vendavais de ventos de doutrinas por todos os lugares, e muita gente é analfabeta funcional e bíblica. Temos que ter muita paciência e discernimento. Nosso Senhor Jesus Cristo se rebaixou voluntariamente à nossa natureza. Paulo foi o teólogo mais profundo, mas veio como uma ama para os mais fracos (1 Tessalonicenses 2:7). Estes são os ensinos dos antigos puritanos.

"Cristo escolheu, para pregar misericórdia, aqueles que experimentaram a maior misericórdia, como Pedro e Paulo, para que pudesse ser eles exemplos do que ensinavam. Paulo tornou-se tudo para todos (1 Coríntios 9:22), rebaixando-se até eles para o seu bem. Cristo desceu do céus e esvaziou-se da majestade em suave amor pelas almas. Não desceremos nós de nosso elevado amor-próprio para fazer o bem a qualquer um? Devem os homens ser orgulhosos depois de Deus ter sido humilde?"
- Richard Sibbes

Sigamos o conselho dos antigos.

Não devemos atormentar as imaginações das pessoas com curiosidades ou contendas sobre dúvidas.

"Religião não é somente uma questão de inteligência, de se criar e resolver problemas teóricos. Os cérebros que se inclinam a esse caminho são, comumente, mais quentes que seus corações (...) Não devemos apertar onde Deus afrouxa, nem afrouxar onde Deus aperta, não abrir onde Deus fecha, nem fechar onde Deus abre."
- Richard Sibbes

Há muitos que precisam de palavras suaves e confortadoras. Deus tem duas formas de tratar, com consolo (Isaías 40:1) e com trombeta (Isaías 58:1). Precisamos acima de tudo ter sabedoria para discernir. O equilíbrio da misericórdia e da severidade é difícil.

O alerta de Tiago é muito importante para o que temos tratado até aqui:

"Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo."
(Tiago 3:1)

Este alerta parece que não está sendo muito aplicado hoje em dia.

As armas dessa batalha não devem ser carnais.

"Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas."
(2 Coríntios 10:4)

Que o espírito de misericórdia que esteve em Cristo nos mova. Peçamos a Deus sabedoria para saber dizer "a seu tempo uma boa palavra" (Isaías 50:4).

*Nota de Fernando Frezza:
Acredito que uma mensagem parecida com a frase da Marvel mencionada se encontra em Lucas 12:48: "Mas o que a não soube, e fez coisas dignas de açoites, com poucos açoites será castigado. E, a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá."

Título original: A Pluma e o Cajado: A Defesa da Fé e o Espírito de Misericórdia